sábado, 28 de agosto de 2021

MEDICINA MODERNA


Há exatos três anos estava internado em São Paulo, em hospital pouco conhecido, mas de grande eficiência: Prof. Edmundo Vasconcelos.


Fui operado por cardiologistas clínicos, chamados de intervencionistas, em sala de hemodinâmica, com cirurgiões cardíacos de “peito aberto” paramentados, para entrarem em campo se necessário. O cardiologista de Cuiabá, Herbert Donizete, indicou tratamento pelo chefe dessa cardiologia intervencionista.


Viajei para SP com níveis laboratoriais de insuficiência cardíaca preocupantes, com indicação de internação e cirurgia imediata. Esse procedimento de implante de válvula aórtica poderia ser realizado por cirurgia torácica, ou por cateterismo com por punção coxo-femural. A prótese, nesse procedimento pouco invasivo, é guiada por um cateter através da aorta, sob visão de radioscopia e ecocardiográfica, até ser posicionada no anel aórtico.


É um procedimento novo surgido da necessidade de prover ao tratamento de ESTENOSE AÓRTICA em pacientes de risco para a cirurgia convencional. O Dr. Fausto Feres trouxe da França essa moderna tecnologia e a implantou com sucesso no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (SP).


O implante da prótese em mim realizado pelo Dr. Fausto Feres. Foi um sucesso e após cinco dias de internação obtive alta hospitalar curado da “estenose aórtica”!


Cada vez mais me convenço que a medicina cirúrgica caminha para cirurgias menos invasivas, diminuindo os riscos das grandes cirurgias de amplas incisões, hoje feitas vias endoscópicas com precisão e altas bem precoces.


Para auxílio das cirurgias endoscópicas temos também as robóticas de precisões totais!


Nessa comemoração quero agradecer a Deus pela minha vida, e as modernas tecnologias, à disposição da Medicina.


Gabriel Novis Neves

29-08-2021

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

NOVOS HÁBITOS


Fiquei 10 dias sem publicar nenhuma crônica nova no bar-do-bugre.blogspot.com Foi o tempo necessário para que eu recebesse inúmeras perguntas sobre motivo da ausência das crônicas diárias.


Não posso saber como a leitura das crônicas funcionam no organismo das mais diferentes pessoas que as leem e comentam. Creio que se criou em nossos leitores o hábito de lê-las, aflorando então o sentimento da ausência.


Hoje voltei a publicá-las,  e os comentários recebidos foram de “alivio” pela volta das publicações. Quem escreve sabe que o estímulo dos leitores é um “incêndio” para que novas crônicas surjam.


Creio na sinceridade das mensagens dirigidas a mim, pois ninguém tem obrigação de nada dizer para me agradar. Há uma energia muito forte entre o que escrevo e recebo. As críticas são sempre bem-vindas para minha melhor comunicação.


Durante uma semana em São Paulo, em tempos de Covid, tudo se mostrou diferente daquilo que eu conhecia. O resultado de todo esse esforço só com o tempo vou saber, enquanto isso, “continuo” com as pesquisas e tratamento.


Vivendo à distância do nosso habitat, mesmo que por poucos dias, desperta em nós nobres sentimentos, como a saudade de pessoas e coisas do nosso cotidiano. 


Mesmo por extrema necessidade médica, o melhor não é a alta hospitalar, mas a chegada em casa. 


Reencontrei as orquídeas brancas na pequena mesa redonda de vidros da sala de visitas, assim como a bromélia laranja, o antúrio vermelho na mesa do centro do espaço de bate-papo e inúmeros vasos com folhagem de variadas cores. 


As funcionárias carinhosas, com olhares de alegria pela volta, a limpeza e o calor de 40 graus preenchendo o vazio que existia em mim.


Minha cama larga e alta, sem grade para não cair, meu ar refrigerado em 19 graus,  além da minha TV.


Que lugar gostoso é o meu cantinho para passar os dias e aguardar os resultados das pesquisas em mim feitas! Estou habituado a essas coisas que produziram em mim o hábito de ficar em casa. Abençoado sentimento da saudade tão intenso em mim! 


Gabriel Novis Neves

28-08-2021

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

ESCOLA DE MEDICINA DA UFMT



Criada em maio de 1970 como pertencente ao ICLC (Instituto de Ciências e Letras de Cuiabá). Com a criação da UFMT em 10-12-1970, passou a fazer parte dos seus novos cursos, porém só foi implantada em 1980.

Esse longo espaço de tempo tem como explicação a punição do governo federal na década dos anos 60, quando houve desenfreada e desorganizada criação de cursos de medicina por todo o Brasil, às vezes em cidades sem as mínimas condições de aceitabilidade para um curso como esse.

Como as pressões políticas eram intensas para novas escolas médicas, o MEC reuniu um grupo composto de mais de vinte mestres da medicina no Brasil, todos de universidades públicas dos grandes centros - centro sul, nordeste e alguns do Norte.

Nenhum pretendente conseguia “furar” a fila para funcionamento de novas e necessárias escolas como a de Cuiabá.

Conseguimos agendar um encontro com a comissão de “sábios” professores após varias desmarcações de audiências confirmadas anteriormente. 

Finalmente, em fins de 1979, conseguimos à tarde, logo após o almoço,  a entrevista desejada. 

Uma longa mesa era presidida por um ilustre e tranquilo professor de Porto Alegre, demais conselheiros de vários estados do Brasil e o grupo sabatinado era composto do Reitor, Pró-Reitor Administrativo, Auditor Geral da Universidade e o professor encarregado de implantar o Curso de Medicina da UFMT.

O Presidente iniciou os trabalhos, fazendo aos conselheiros um breve relato da reunião para analisar se a UFMT tinha condições de implantar o novo curso de medicina no próximo ano letivo de 1980.

Após discussão entre os conselheiros, totalmente contrários à abertura de novos cursos de medicina, foi dada a palavra ao Reitor para justificar e demonstrar que a UFMT tinha condições de implantar um belo e moderno curso de medicina em universidade pública de Cuiabá.

Antes de o Reitor falar, um conselheiro professor e escritor do Rio de janeiro, virou-se de costas, demostrando toda sua falta de educação e ignorância com relação ao Brasil.

Após a fala do grupo de Cuiabá, foi colocada em votação para apreciação a autorização do tão esperado curso de medicina, que foi aprovado com várias recomendações.

Passados quarenta anos o nosso curso pela avaliação de MEC é um dos cinco melhores cursos de medicina do país!

Essa foi o maior adversário para que a escola criada em 1970 só viesse a funcionar em 1980!

Tudo valeu a pena, da longa espera humilhante à autorização com inúmeras restrições.

Vencemos! Deus me concedeu vida longa para saborear a vitória de Cuiabá possuir a sua decana escola de medicina.


Gabriel Novis Neves

25-08-2021