“Olhai por todos esses homens de branco que se propõem a salvar vidas e a prevenir doenças” – São Lucas
Fiz o meu curso de Medicina, na escola da Praia Vermelha da Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, antiga capital do Brasil. O prédio da escola era de uma arquitetura belíssima. Templo da Medicina Brasileira (1918 -1978) foi demolido pelo desinteresse de uma geração. A Universidade mudou-se com a capital federal para Brasília. Muitos chamavam a nossa escola de Matriz numa alusão irônica às outras designadas de Filiais.
A festa de conclusão do meu curso de graduação foi no Theatro Municipal, há meio século. Naquela época existiam no Brasil apenas vinte e três escolas médicas, que formavam médicos. Muitos dos meus colegas naquela noite histórica estavam no palco e as suas noivas nas galerias. Após este ato solene retornaram às suas origens, aptos ao casamento e ao exercício da profissão. Devido as minhas deficiências de aprendizagem, permaneci ainda cinco anos me preparando para o retorno à Cuiabá.
Gostaria de ter sido contemporâneo e colega de Lucas, o médico evangelista. Lucas era chamado pelos seus clientes de “meu amado médico”. Como faz falta para o exercício profissional da Medicina, a confiança do cliente em seu médico, e do médico em seu paciente. Sem esta cumplicidade, acho impossível o atendimento médico de qualidade.
Esta é uma realidade que todos nós vivenciamos, e nos sentimos impotentes para revertermos essa situação tão perniciosa à sociedade, e que permite o aparecimento do técnico em doença.
Aqueles médicos de mais de meio século, estão em extinção, pelo processo natural da vida terrestre com o seu finito. A Medicina humanitária exercida por Lucas, nosso colega e padroeiro, com sua dedicação piedosa e amor ao próximo, em especial aos mais pobres e humildes, deveria permanecer sempre viva nas mentes e corações de todos os médicos. Mas, os ensinamentos de Lucas parecem que a cada dia ficam mais esquecidos. O nosso padroeiro só é lembrado nos mega eventos em outubro, quando o calendário comercial reserva um dia para os médicos comemorarem o seu dia.
Como seria bom, se a ciência médica fosse colocada ao alcance de todos e os seus médicos amados pela população!
Gabriel Novis Neves
12/03/2010
*Publicado simultaneamente no www.bar-do-bugre.blogspot.com
Fiz o meu curso de Medicina, na escola da Praia Vermelha da Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, antiga capital do Brasil. O prédio da escola era de uma arquitetura belíssima. Templo da Medicina Brasileira (1918 -1978) foi demolido pelo desinteresse de uma geração. A Universidade mudou-se com a capital federal para Brasília. Muitos chamavam a nossa escola de Matriz numa alusão irônica às outras designadas de Filiais.
A festa de conclusão do meu curso de graduação foi no Theatro Municipal, há meio século. Naquela época existiam no Brasil apenas vinte e três escolas médicas, que formavam médicos. Muitos dos meus colegas naquela noite histórica estavam no palco e as suas noivas nas galerias. Após este ato solene retornaram às suas origens, aptos ao casamento e ao exercício da profissão. Devido as minhas deficiências de aprendizagem, permaneci ainda cinco anos me preparando para o retorno à Cuiabá.
Gostaria de ter sido contemporâneo e colega de Lucas, o médico evangelista. Lucas era chamado pelos seus clientes de “meu amado médico”. Como faz falta para o exercício profissional da Medicina, a confiança do cliente em seu médico, e do médico em seu paciente. Sem esta cumplicidade, acho impossível o atendimento médico de qualidade.
Esta é uma realidade que todos nós vivenciamos, e nos sentimos impotentes para revertermos essa situação tão perniciosa à sociedade, e que permite o aparecimento do técnico em doença.
Aqueles médicos de mais de meio século, estão em extinção, pelo processo natural da vida terrestre com o seu finito. A Medicina humanitária exercida por Lucas, nosso colega e padroeiro, com sua dedicação piedosa e amor ao próximo, em especial aos mais pobres e humildes, deveria permanecer sempre viva nas mentes e corações de todos os médicos. Mas, os ensinamentos de Lucas parecem que a cada dia ficam mais esquecidos. O nosso padroeiro só é lembrado nos mega eventos em outubro, quando o calendário comercial reserva um dia para os médicos comemorarem o seu dia.
Como seria bom, se a ciência médica fosse colocada ao alcance de todos e os seus médicos amados pela população!
Gabriel Novis Neves
12/03/2010
*Publicado simultaneamente no www.bar-do-bugre.blogspot.com