O professor Danilo Perestrelo foi meu professor de medicina, na disciplina de clínica médica. Lecionava medicina psicossomática, uma novidade no Brasil.
Ele foi considerado o “pai da medicina psicossomática” no Brasil.
Autor de livros sobre como tratar de humanos.
Muito famoso, lecionava essa nova disciplina na UFRJ, atendia a um consultório muito frequentado e viajava pelo Brasil e exterior proferindo palestras.
Certa ocasião, em companhia da sua mulher, que era psicanalista e professora, foram me visitar na sala de partos, número dois da UFMT (Gabinete do Reitor).
Estavam fazendo uma visita ao Pantanal e à Chapada dos Guimarães.
Sabedor que um ex-aluno seu estava implantando uma universidade federal, se animou para uma conversa.
O casal de professores, estava encantado com tudo que viram de belo nos lugares onde foram levados, inclusive com a nossa culinária.
Trocamos ideias sobre a implantação de uma universidade federal, em uma região tão distante dos centros desenvolvidos.
Essa é a minha missão professor, respondi.
Meus assessores têm que ser “selváticos”, como Noel Nutels, irmãos Vilasboas e os padres jesuítas da selva.
Perguntei se conhecia um hospital indígena, tão diferente daquele que me haviam ensinado na faculdade.
Cheio de redes de cipó e trepadeiras e de algodão.
Muitas vezes o hospital indígena estava lotado com apenas um índio internado.
Nessas nações não se internava apenas o paciente, mas todo o grupo tribal.
O velho professor e sua mulher ficaram curiosos em poder conhecê-lo.
Providenciei os seus transportes, e cedo o aviãozinho da Missão Anchieta, decolou com o casal de pesquisadores psicanalistas, para retornar à tardinha.
No outro dia voltaram à sala de partos (Gabinete da Reitoria) para se despedirem, agradecer o passeio e comentá- lo.
Disse-me Perestrelo, do seu “deslumbramento” com a Chapada do “Véu da Noiva” e a beleza da natureza do pantanal.
Nada porém comparável ao respeito humano dos povos primitivos.
O cuidado para o tratamento humanizado que encontrou no hospital indígena, era desconhecido para ele.
A beleza das águas da cachoeira do Utiariti o fez, com a sua mulher, deixarem as suas roupas para mergulharem nelas!
Voltou para o Rio disposto a introduzir novas técnicas ao tratamento psicossomático.
Aprendeu muito na sua visita à selva.
Gabriel Novis Neves
25-02-2022
Professor Danilo Perestrello |
Cachoeira de Utiariti |
O Grupo de Utiariti |
Índio da região |
Enfermaria com rede para acompanhante |
Enfermaria para Covid |
Nenhum comentário:
Postar um comentário