Todas as vezes que ouço o nosso Prefeito anunciar a reforma “nunca antes jamais” realizada na história do Pronto Socorro de Cuiabá, lembro-me de alguns versos do poeta Vinícius de Moraes.
Sou um dos sócios-proprietários de um Hospital referência de Cuiabá e do Estado em sua especialidade. Foi construído há trinta anos.
Qualquer trabalhador hospitalar sabe que o arsenal tecnológico de um bom hospital tem em média uma vida útil de cinco anos. A área física do hospital tem a sua aceitabilidade de quinze anos. Após esse tempo estará totalmente ultrapassado.
O jeitinho nosso são os “puxadinhos”. Todos os hospitais de Cuiabá, sem exceção, estão vivendo com os seus “puxadinhos”. Além de caros deixam muito a desejar. No nosso estamos planejando um “puxadinho” para não morrermos de inanição tecnológica e o preço desta reforma está orçado em torno de doze milhões de reais. E não venham me dizer que esse valor é produto de corrupção!
No caso do Hospital e Pronto Socorro de Cuiabá o sensato seria construir um novo e, só depois reformar o antigo para ocupá-lo com pacientes. O prefeito está trocando seis por meia dúzia e comprando gato por lebre. O público recebe essas informações sobre a reforma e o valor de cinco milhões como propaganda enganosa. Não irá resolver absolutamente nada dos nossos problemas de saúde, e o pior é que cinco milhões de reais irão para o esgoto.
Médico não cura, participa do processo da cura. A grande função do médico é evitar e prevenir a doença. Esta reforma tem que ser evitada! A construção de um novo é dever do Governo Federal, Estadual, e Municipal. Todos os níveis de poder estão no mesmo barco.
Com a garantia do compromisso de recursos das nossas autoridades Federais, Estaduais e Municipais, em dezoito meses teremos o sonho transformado em realidade. O Sambódromo do Rio foi construído em quarenta e cinco dias e o Maracanã em dois anos.
Wilson Santos! Não faça a reforma no velho Pronto Socorro! Chame o Governo Federal e Estadual para a construção de um novo e garanta a solução dos nossos problemas pelos próximos quinze anos.
Termino com trechos do poema “Insensatez” do Vinícius:
“Ah, insensatez que você fez... fez chorar de dor...
Ah, porque você foi fraco assim... Ouve a razão... Usa só sinceridade...
Quem semeia vento, diz a razão, colhe sempre tempestade.
Pede perdão... Quem não pede perdão, não é nunca perdoado”.
Vamos construir um novo, Wilson?
Gabriel Novis Neves
01 de Outubro de 2009
O que falta aos governantes é essa visão. Eles se posicionam em um ângulo obtuso e não conseguem vislumbrar as consequências de seus atos. Promovem obras que desde o papel já são obsoletas. Outros posuem alguma visão, mas usam-na contra os interesses públicos. Promovem obras maquiadoras que dão aos mal informados a falsa impressão de alguma realização. Esse tipo acaba alcançando o seu objetivo, de permanecer no poder. Sofro com os desatinos praticados por nossos representantes. Nesse ponto, os ignorantes aproveitam mais a vida, por não pensarem, não sofrem tanto.
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