quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A medicina no interior

Periodicamente, o Conselho Regional de Medicina (CRM), visita as cidades do interior do Estado com a finalidade de ministrar cursos de atualização, prestar assessorias, constatar como andam os serviços de saúde e verificar o grau de satisfação dos médicos. O último trabalho do CRM abrangeu quatro dos municípios mais ricos economicamente de Mato Grosso: Sorriso, Sinop, Lucas e Nova Mutum. Conversei com um colega do grupo de verificação e o seu relatório foi simplesmente desanimador. “-Tudo que acontece em Cuiabá, e é motivo de severas críticas, encontramos com juros e correção monetária nestes municípios.”

Faltam médicos, leitos hospitalares, postos de saúde, UTIs, pronto atendimentos e medicamentos. Os pacientes enfrentam enormes filas para chegar a um consultório médico. Hospitais lotados com pacientes amontoados pelo chão, cadeiras e macas. Os médicos, de um desses municípios, não tem nem contrato de trabalho. É tudo de “boca”. As condições de trabalho oferecidas aos profissionais de saúde são as piores possíveis. O CRM pedirá a interdição do maior Pronto Atendimento Municipal das quatro cidades - por não preencher as normas mínimas exigidas para o seu funcionamento.

O coração do agronegócio tem tudo para ter um serviço médico de qualidade. Entretanto, faz saúde pública motorizada, não com as obsoletas ambulâncias, e sim com os superônibus trafegando em estradas pavimentadas no transporte dos seus pacientes para Cuiabá.

O caos da saúde está implantado em todo o Estado. Pelo menos por aqui existem os seguidores de Pablo Neruda, que falam por aqueles que não são lembrados.

A medicina no interior de Mato Grosso é rudimentar. Só existe no INFORMATIVO, que circula como encarte de um jornal de Cuiabá.

Gabriel Novis Neves
30/11/2009

* Publicado simultaneamente no http://www.bar-do-bugre.blogspot.com/

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