quinta-feira, 14 de julho de 2022

OS MÉDICOS DA MINHA FAMÍLIA


Além do meu avô Alberto Novis, que era uma espécie de Pronto Atendimento, citarei os outros que cuidaram dos meus pais e filhos quando crianças.


Embora tivesse nascido em casa pelas mãos do Dr. Antônio de Pinho Maciel Epaminondas, a primeira lembrança que guardo do médico da minha família foi do meu avô.


Primeiro, tratando do meu irmão Inon de meses de idade, quando recomendou aos meus pais a mudança temporária para sua casa.


A enfermidade que o acometera era grave e necessitava de alimentação diária com leite de vaca, que criava no quintal da sua casa.


Foi nesse período que com seis anos de idade aprendi jogar xadrez, bem antes de ser alfabetizado.


Meu irmão ficou curado e nós voltamos para a nossa casa da rua de Baixo.


Depois ele tratou de uma grave infeção no calcanhar por perfuração de prego, do menino que meus pais criaram - o abcesso que se formou com osteomielite foi aberto, com limpeza de material ósseo na Santa Casa.


Na época ainda não existia antibiótico em Cuiabá para tratamento das infecções, e ele ficou com sequelas.


Dr.Epaminondas foi o médico mais presente e atendia a todos da minha casa.


Fazia visitas diárias para acompanhar a evolução da doença, aplicava injeções intramusculares, quando necessárias.


Ele tinha um estojo de injeção em metal, com seringas e agulhas para esterilizar, e aplicar os medicamentos, geralmente intramusculares.


Fez todos os partos da minha mãe em casa, com exceção da caçula por motivo de viagem.


Ela nasceu com o meu pai, logo chegando o Dr. Luís Alves Corrêa para dar assistência a mãe e neném.


Antes o meu pai já havia esterilizado a água para o banho do recém-nascido e preparado no quintal o buraco para enterrar a placenta.


Depois que o Dr. Epaminondas abandonou a profissão, meu pai foi operado de próstata com sucesso na Santa Casa da Misericórdia pelo recém-chegado urologista, dr. Emanuel Figueiredo.


Quem cuidou do meu pai nos últimos anos de vida foi o clínico geral Dr. Artaxerxes Nunes da Cunha.


Já a minha mãe, que veio a falecer após vinte e quatro anos, teve como médico geral seu filho mais velho.


Antes fez um implante de marca-passo, peito aberto, no extinto Hospital Santa Cruz, feito pelo cirurgião cardíaco Dr.Ronaldo Fontes.


Assim eram os médicos de família de bem antigamente, substituídos pelos especialistas como urologistas, cirurgiões cardíacos e tantos outros.


Atualmente possuo, cardiologista de arritmias, de dopler do coração, de implante de marca-passo, endocrinologista, pneumologista, infectologista, imunologista, neurologista, psiquiatra, ortopedista, urologista, dermatologista, gastroenterologista, oftalmologista, ultrassonografista de abdômen, de dopler de carótidas, e dopler transesofageano.


Aprendi na faculdade um velho ditado que diz o seguinte:


“Quem tem um médico tem um médico; quem tem dois tem meio médico; quem tem mais de dois não tem nenhum”.


Gabriel Novis Neves

22-06-2022


Dr. Alberto Novis, meu avô


Dr. Epaminondas, o médico da família e seu filho Dr. Paulo Epaminondas





Dr. Ronando Fontes, cirurgião cardíaco que implantou o marcapasso em minha mãe






Dr. Inon Novis Neves, meu irmão


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